Powered By Blogger

sábado, 26 de dezembro de 2009

TEXTO


Esqueci como se escreve um belo texto.
Correto, perfeito, paragrafando cada frase.
Esqueci tantas coisas: a colocação das palavras, a narrativa; o sentido do conteúdo; o começo, o meio e o fim.
Esqueci, perdoa-me, porque quando escrevo, a pena não obedece às minhas mãos.
Ela corre solta, deslizando sobre o papel como se tivesse vida própria. Corre escrevendo com o coração. Escreve sobre seus olhos, seu perfil compenetrado, descreve meu coração inebriado, sorvendo cada detalhe seu.
Corre a pena, desliza a escrever coisas de minha alma, de um amor admirado de sua figura fugídia, fugaz, quando escapa dos olhos seus um olhar azul sobre os meus.
Escrevo doida, sem me dar conta, a falar dessa paixão que me assola como vento forte, que me abala com um sísmico abalo, que me atormenta como tempestade e me estremece como noites quentes...
Paixão que me deixa insone, intrépida, impaciente.
Vou escrevendo, esquecendo o verbo, o ponto, a vírgula.
Escrevo sobre a paz que sua paz me dá. A segurança nas suas certezas, as verdades nas suas palavras.
Escrevo sobre o sorriso sincero que aflora no retrato do seu rosto feliz. Sobre a nuvem que torna sombrio seus olhos quando a tristeza já se faz impossível de ser guardada.
E correm soltas as palavras admiradas, apaixonadas, sem encontrar um meio de terminar tantas coisas que já escrevi...

Solimel
(Eternamente em busca de meu amado...)




Nenhum comentário:

Postar um comentário