O trem surge na noite escura.
Vem pelos trilhos umedecidos,
firmes, quase labirinto.
Vem violento, trepidante,
surgindo como um ímpeto.
Rasga a noite densa, madrugada
surda, calada.
Estremeço.
Vem entre vulcões, lavas incandescentes,
matas, ruídos, balouçando ao vento .
Aproxima-se louco, sinto medo,
quase encanto desse furor noturno.
Vem chegando e eu em seus trilhos
Intrépidos,
tépida , louca, quase desmaiando,
sinto chegar seu furor noturno.
Rasga a noite escura,
farol imenso, luz incessante.
Quase por um instante fico muda,
toda estremecida.
E ele vai ao longe, passa,
Passa...
Olho para o céu infinito, puro,
Vejo milhões de estrelas.
Solimel