Powered By Blogger

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ANO NOVO?




Mais um ano terminando. Final de ano é particularmente triste para mim. Essa princesinha da foto, minha filhinha, partiu para outros planos há 11 anos. Foi em uma madrugada de 12 de dezembro. Alterou minha vida, meus Natais e meus Finais de Ano. Só lembranças. Pouco a comemorar....Mais um Ano vazio que se foi e mais um Ano vazio que virá....

sábado, 26 de dezembro de 2009


Todos os textos postados são de minha autoria.
Aqueles que não me pertencem, levam o nome do autor. Obrigada!

TEXTO


Esqueci como se escreve um belo texto.
Correto, perfeito, paragrafando cada frase.
Esqueci tantas coisas: a colocação das palavras, a narrativa; o sentido do conteúdo; o começo, o meio e o fim.
Esqueci, perdoa-me, porque quando escrevo, a pena não obedece às minhas mãos.
Ela corre solta, deslizando sobre o papel como se tivesse vida própria. Corre escrevendo com o coração. Escreve sobre seus olhos, seu perfil compenetrado, descreve meu coração inebriado, sorvendo cada detalhe seu.
Corre a pena, desliza a escrever coisas de minha alma, de um amor admirado de sua figura fugídia, fugaz, quando escapa dos olhos seus um olhar azul sobre os meus.
Escrevo doida, sem me dar conta, a falar dessa paixão que me assola como vento forte, que me abala com um sísmico abalo, que me atormenta como tempestade e me estremece como noites quentes...
Paixão que me deixa insone, intrépida, impaciente.
Vou escrevendo, esquecendo o verbo, o ponto, a vírgula.
Escrevo sobre a paz que sua paz me dá. A segurança nas suas certezas, as verdades nas suas palavras.
Escrevo sobre o sorriso sincero que aflora no retrato do seu rosto feliz. Sobre a nuvem que torna sombrio seus olhos quando a tristeza já se faz impossível de ser guardada.
E correm soltas as palavras admiradas, apaixonadas, sem encontrar um meio de terminar tantas coisas que já escrevi...

Solimel
(Eternamente em busca de meu amado...)




Mais um ano que se foi...


Como o tempo passa.

E com ele, mais um ano, mais um Natal, mais um Ano Novo.

Já não me surpreendo mais com as novidades natalinas

e nem com o alvorecer de outro ano que desponta.

As esperanças conseguem envelhecer , também.

Os sonhos, em sua maioria, já acordaram.

Tenho a impressão de que não há mais o que sonhar, esperar ou pedir.

Ao virar o calendário, apenas uma noite nos separa do tão esperado Ano Novo.

Mesmo assim, vou desejar que todos os sonhos continuem sonhos, pois é maravilhoso sonhar.

Só não vale acordar de repente e ver um a realidade fria, indisponível.

Valeu, 2009. Você foi mais um em minha vida....

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Setembro está chegando ao fim...


Tantas coisas vão passando pela vida. São emoções intensas, pensamentos fortes; ora deixamos tudo de lado e não pensamos mais. Creio que isso acontece com a maioria das pessoas, principalmente àquelas que deixam sempre as emoções à flor da pele. Também, com o excesso de chuva parece que a mente e o coração fica meio úmido e então...ah, fica difícil a expressão...

Deixa pra lá. O que importa é viver cada dia em seu dia...

domingo, 30 de agosto de 2009

Cheiro de Amor

Teu cheiro não é de mato nem de lama...
É o cheiro do teu corpo
exalando teus hormônios endoidecidos, contidos
saindo pelos poros teus.
Cheiro do teu desejo, da tua pele, teus pelos macios
seda que eu toco
com mãos ávidas dos carinhos teus.
Cheiro do teu querer escondido
de tua seiva qual árvore ferida
derrama, inunda, molhando os desejos meus.
Cheiro que exala, me embriaga
e me faz tocar teu corpo
teu desejo contido
onde dois corpos indefinidos em loucos
beijos mansos...
Fazem se desfazem e se unem separados
ligados apenas pelo desejo

pela volúpia deste cheiro teu.


Solimel

O amor que me deixou...

Verso do inverso

Você ficou como o inverso do meu verso.
Escrevia pelas linhas do coração.
A linha se quebrou, ficou inversa
E meu verso
e
s
c
o
r
r
e
g
o
u

Não escrevo mais pelas linhas tortas.
Meu coração não comporta versos
Tão inversos,
Falta um pedaço da linha
Para escrever meu amor.

Solimel

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Para um amor que despertou...

Olhar

Derrama sobre mim o azul
Dos olhos teus,
Para que eu me sinta
Completa como a noite;
Prenhe de estrelas,
Sustentando a Lua por
Um fio tecido de
Solidão!
Completa-me com este
Azul,
Esta imensidão de mar...
Esta paz de Céu!

(Solimel)

Singela homenagem à mulher...


A Mulher Madura

O rosto da mulher madura entrou na moldura dos meus olhos. De repente, a surpreendo num banco olhando de soslaio, aguardando sua vez no balcão. Outras vezes ela passa por mim na rua entre os camelôs.
Vezes outras a antevejo no espelho de uma joalheria.
A mulher madura, com se rosto denso e esculpido como o de uma atriz, tem qualquer coisa de Melina Mercouri ou de Anouke Aimé.
Há uma serenidade nos seus gestos, longe dos desperdícios da adolescência, quando se esbanjam pernas, braços e bocas ruidosamente.
A adolescente não sabe ainda os limites de seu corpo e vai florescendo estabanada.
É como um nadador principiante faz muito barulho, joga muita água para os lados.
Enfim, desborda.
A mulher madura nada no tempo e flui com a serenidade de um peixe. O silêncio em torno de seus gestos tem algo de repouso da garça sobre o lago. Seu olhar sobre os objetos não é de gula ou de concupiscência. Seus olhos não violam as coisas, mas as envolvem ternamente. Sabem a distância entre seu corpo e o mundo.
A mulher madura é assim: tem algo de orquídea que brota exclusiva de um tronco, inteira. Não é um canteiro de margaridas jovens tagarelando nas manhãs. A adolescente, com o brilho de seus cabelos, com essa irradiação que vem dos dentes e dos olhos, nos extasia.
Mas a mulher madura tem um som de adágio em suas formas. E até no gozo ela soa com a profundidade de um violoncelo e a subtileza de um oboé sobre a campina do leito.
A boca da mulher madura tem uma indizível sabedoria. Ela chorou na madrugada e abriu-se em opaco espanto. Ela conheceu a traição e ela mesma saiu sozinha para se deixar invadir pela dimensão de outros corpos. Por isto as suas mãos são líricas no drama e repõe no seu corpo um aprendizado da macia paina de Setembro e Abril.
O corpo da mulher madura é um corpo que já tem história. Inscrições se fizeram em sua superfície. Seu corpo não é como na adolescência uma pura e agreste possibilidade.
Ela conhece seus mecanismos, apalpa suas mensagens, decodifica as ameaças numa intimidade respeitosa. Sei que falo de uma certa mulher madura localizada numa classe social, e os mais politizados têm que ter condescendência e me entender.A maturidade também vem à mulher pobre, mas vem com tal violência que o verde se perverte e sobre os casebres e corpos tudo se reveste de uma marrom tristeza. Na verdade, talvez a mulher madura não se saiba assim inteira ante seu olho interior. Talvez a sua aura se inscreva melhor no olho exterior, que a maturidade é também algo que o outro nos confere, completamente. Maturidade é essa coisa dupla: um jogo de espelhos revelador.
Cada idade tem seu esplendor. É um equívoco pensá-lo apenas como um relâmpago de juventude, de um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.
A mulher madura está pronta para algo definitivo. Merece, por exemplo, sentar-se naquela Praça de Siena à tarde acompanhando com o complacente olhar o vôo das andorinhas e as crianças a brincar. A mulher madura tem esse ar de que, enfim, está pronta para ir à Grécia. Descolou-se da superfície das coisas. Merece profundidade.
A mulher madura é um ser luminoso e repousante às 4 horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados de gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa, tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.
Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não esperá-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.

(Affonso Romano de Sant'ana)